Características da sociedade

A época vivida pelos personagens era em torno de 1872, em que o Brasil império vivia um período marcado pela escravidão e conflitos armados, onde a base da economia era a cafeicultura e grandes latifúndios.
Era dada muita importância aos bons modos, aos costumes, ética e obediência, como pode ser notado em Eugênio, um rapaz que seguia a risca esses preceitos e, sem decisão própria, era vítima do autoritarismo familiar.
Tendo em vista esse caráter citado, uma forte religiosidade e superstição interfere constantemente na ação das personagens. Como no episódio em que a serpente enrola-se nos braços de Margarida, e assustada com tal fato a mãe de Eugênio comparou o caso com a história de Eva dizendo:"- Também a serpente do paraíso não mordeu Eva; arrastou-se a seu pés e afagou-a para melhor enganá-la", fazendo assim uma espécie de mistura entre religião e misticismo.
Não é por acaso que naquela época de crença viva e piedade religiosa, ter um filho padre era um prazer, uma glória, de que muito se orgulhavam os pais, como no trecho:"No dia seguinte, que era um domingo, o padre Eugênio tinha de dizer a sua primeira missa na vila de Tamanduá. O pai fazia uma grande festa, a que havia convidado a melhor gente do lugar."
Esse contexto é fundamental para que se compreenda o destino de Eugênio e suas atitudes em relação a Margarida.