sábado, 28 de maio de 2011

Representação do amor

Quando compara o romance entre Eugênio e Margarida com os dos clássicos Paulo e Virgínia e Romeu e Julieta, o autor já introduz o aspecto trágico do amor entre eles.É interessante notar também como Eugênio acumula impressões diferentes sobre o Amor ao longo da história.
Inicialmente a convivência com Margarida e a ingenuidade da sua infância fazem com que o sentimento de Eugênio se pareça  com uma grande afeição, que pode ser observado no trecho: "... Assim foi se criando e fortalecendo desde o breço entre aquelas duas almas infantis uma viva e profunda afeição,que dia a dia mais afundava as raízes daqueles dois ternos corações...". E na flor da juventude o amor entre eles se torna evidente. Ainda que a representação é um tanto idealizada , o autor não faz questão de esconder os beijos  e abraços que ocorrem nos encontros amorosos.
Durante o período que esteve no seminário Eugênio passou por um conflito entre o amor e a saudade de Margarida e a vocação para o clérigo, e influenciado por seus superiores tentava, através dos estudos e atividades sacerdotais, esquecer as "tentações do amor ".
No entanto depois que volta ao seminário e recebe a falsa notícia sobre o casamento de Margarida, o seu amor por Margarida é substituído por  um sentimento lascivo e impuro movido pelo desespero, revolta e sensação de perda.
Por fim,o trágico da história remete a idéia de loucura e morte como meios de atenuar o sofrimento causado pela impossibilidade de terminarem juntos, e também coma uma espécie de coesão social, mostrando a incompatibilidade de um final feliz com a moral da sociedade da época, lógica que prevalesce em diversos romances de diferentes gerações.

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